domingo, 16 de novembro de 2014

O primeiro encontro

Por Edu O.



O primeiro encontro se deu sem palavras. Nós não falávamos nada de francês, eles não falavam nadica de nada de português. Pouca conversa traduzida por uma amiga em comum e o convite para a dança aconteceu.

Dois dias depois, estávamos numa sala de ensaio, só nós quatro e o silêncio rompido pelos sorrisos e generosidade dos olhares. Havia uma escada quando as sobrancelhas enrugaram. Subi nas suas costas e, imediatamente, o laço estava feito.

Eles dançaram para nós uma dança que parecia ensaiada. Nós dançamos para eles uma dança que também parecia ensaiada. Entendemos entre muitos gestos que tudo era improvisação. Aí, o laço virou nó cego e nunca mais nos largamos.

Seis dias depois, estávamos em companhia de músicos e poetas, na Place de La Luna, numa apresentação pública inesquecível. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo tamanha intimidade de corpos, tamanha segurança em estarmos juntos.

Hoje, em 2014, dez anos depois deste momento, não conseguimos pensar em não nos encontrarmos mais. As famílias, os amigos, a vida compartilhada com tal força que é impossível não Euphoricar.

É como respirar... É o tremor sutil no instante exato do encontro de corpos no abraço.

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