domingo, 23 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Carta de um artista triste
Quem me vê sorrir, alegre, postando divulgação de meus projetos, deve pensar
que está tudo bem. Os que sabem o que se passa devem achar que eu estou louco.
O fato é que me encontro... e aqui abro um parêntese para falar sobre o ME
quando na verdade deveria falar NÓS porque projetos artísticos nunca são de uma
só pessoa, há uma equipe, um grupo que se movimenta para as coisas darem certo
e inclusive o público que pega o bonde na última estação. Então, a partir de agora
quando eu disser EU-ME-MEU, entendam NÓS-NOS-NOSSO.
Retomando a escrita.
O fato é que morro de vergonha de falar sobre isso. Dá uma sensação de fracasso, ao mesmo tempo em que dá uma puta certeza de que somos foda no que fazemos. Porque há 10 anos produzimos um projeto maravilhoso, um encontro entre diversos artistas, de diversas áreas: dança, música, teatro, artes visuais, audiovisual, luz, produção, fotografia... reunindo gente do Brasil, França, Itália, Polônia... Só por alto, contando aqui nos dedos, já passaram mais de 25 artistas pelo Euphorico que é um intercâmbio entre o Grupo X e a Cie Artmacadam, aliás, mais do que isso, é encontro, viver junto, saber lidar, dançar, estar... não cabe nas caixinhas de definições como as bailarinas que rodopiam depois das cordas em caixinhas de música. Dá para ver isso em fotos, videos, dá para sentir quando se chega perto.
O fato é que há 10 anos estamos construindo uma bela história na Dança, na vida. Há 10 anos produzimos, anualmente, um projeto internacional alternando apresentações e workshops e performances em rua e conversas, no Brasil e na França.
Porém, aqui no Brasil NUNCA recebemos nenhum recurso financeiro para a produção, para pagar aos artistas e técnicos que trabalham conosco. Recebemos algumas vezes apoio na hospedagem e poucas vezes para a alimentação e recebemos também passagens para ir para lá. Mas, como malucos, NUNCA desistimos e continuamos recebendo os amigos porque nos interessa o encontro, o abraço, o afeto... é sobre isso que falamos também no Euphorico. AFETO! E como me afeta saber que ESTE ANO NÃO RECEBEMOS NENHUM APOIO para sequer colocar nossos amigos num quarto confortável para dormir. Inscrevemos no Calendário das Artes, nada, FUNARTE, nada, Prefeitura, nada, nada, nada, nadaaaaaa... Somos nós nos bancando mais uma vez.
Eu acho que esse povo deve pensar que se nós conseguimos realizar, todo ano, sem dinheiro, é porque não precisamos. Só pode ser! Ou então devem pensar "o que isso importa?". Importa na medida em que não há nenhuma iniciativa desse porte que dure tanto sem ter tido NUNCA, NENHUM apoio financeiro. Sei que existem projetos de muitos anos, mas estes recebem dinheiro para serem realizados.
Enfim... o saco encheu e esta carta é para compartilhar meu coração apertado de vergonha por não ter condições de receber nossos amigos como eles merecem, como qualquer artista que vem trabalhar merece ser recebido. É para dizer que precisarei da presença de vocês e do apoio na divulgação porque não tivemos apoio nem para isso. É para dizer que desejamos nos encontrar para falar de amor, toque, generosidade, amizade, abraço. É para dizer que apesar de tudo estamos aqui e vai ter festa! Talvez seja também para pensarmos melhores meios de colocar o bloco na rua... falando nisso, só consigo pensar no coletivo que SOMOS NÓS.
Retomando a escrita.
O fato é que morro de vergonha de falar sobre isso. Dá uma sensação de fracasso, ao mesmo tempo em que dá uma puta certeza de que somos foda no que fazemos. Porque há 10 anos produzimos um projeto maravilhoso, um encontro entre diversos artistas, de diversas áreas: dança, música, teatro, artes visuais, audiovisual, luz, produção, fotografia... reunindo gente do Brasil, França, Itália, Polônia... Só por alto, contando aqui nos dedos, já passaram mais de 25 artistas pelo Euphorico que é um intercâmbio entre o Grupo X e a Cie Artmacadam, aliás, mais do que isso, é encontro, viver junto, saber lidar, dançar, estar... não cabe nas caixinhas de definições como as bailarinas que rodopiam depois das cordas em caixinhas de música. Dá para ver isso em fotos, videos, dá para sentir quando se chega perto.
O fato é que há 10 anos estamos construindo uma bela história na Dança, na vida. Há 10 anos produzimos, anualmente, um projeto internacional alternando apresentações e workshops e performances em rua e conversas, no Brasil e na França.
Porém, aqui no Brasil NUNCA recebemos nenhum recurso financeiro para a produção, para pagar aos artistas e técnicos que trabalham conosco. Recebemos algumas vezes apoio na hospedagem e poucas vezes para a alimentação e recebemos também passagens para ir para lá. Mas, como malucos, NUNCA desistimos e continuamos recebendo os amigos porque nos interessa o encontro, o abraço, o afeto... é sobre isso que falamos também no Euphorico. AFETO! E como me afeta saber que ESTE ANO NÃO RECEBEMOS NENHUM APOIO para sequer colocar nossos amigos num quarto confortável para dormir. Inscrevemos no Calendário das Artes, nada, FUNARTE, nada, Prefeitura, nada, nada, nada, nadaaaaaa... Somos nós nos bancando mais uma vez.
Eu acho que esse povo deve pensar que se nós conseguimos realizar, todo ano, sem dinheiro, é porque não precisamos. Só pode ser! Ou então devem pensar "o que isso importa?". Importa na medida em que não há nenhuma iniciativa desse porte que dure tanto sem ter tido NUNCA, NENHUM apoio financeiro. Sei que existem projetos de muitos anos, mas estes recebem dinheiro para serem realizados.
Enfim... o saco encheu e esta carta é para compartilhar meu coração apertado de vergonha por não ter condições de receber nossos amigos como eles merecem, como qualquer artista que vem trabalhar merece ser recebido. É para dizer que precisarei da presença de vocês e do apoio na divulgação porque não tivemos apoio nem para isso. É para dizer que desejamos nos encontrar para falar de amor, toque, generosidade, amizade, abraço. É para dizer que apesar de tudo estamos aqui e vai ter festa! Talvez seja também para pensarmos melhores meios de colocar o bloco na rua... falando nisso, só consigo pensar no coletivo que SOMOS NÓS.
domingo, 16 de novembro de 2014
O primeiro encontro
Por Edu O.
O primeiro encontro se deu sem palavras. Nós não falávamos nada de francês, eles não falavam nadica de nada de português. Pouca conversa traduzida por uma amiga em comum e o convite para a dança aconteceu.
Dois dias depois, estávamos numa sala de ensaio, só nós quatro e o silêncio rompido pelos sorrisos e generosidade dos olhares. Havia uma escada quando as sobrancelhas enrugaram. Subi nas suas costas e, imediatamente, o laço estava feito.
Eles dançaram para nós uma dança que parecia ensaiada. Nós dançamos para eles uma dança que também parecia ensaiada. Entendemos entre muitos gestos que tudo era improvisação. Aí, o laço virou nó cego e nunca mais nos largamos.
Seis dias depois, estávamos em companhia de músicos e poetas, na Place de La Luna, numa apresentação pública inesquecível. Parecia que nos conhecíamos há muito tempo tamanha intimidade de corpos, tamanha segurança em estarmos juntos.
Hoje, em 2014, dez anos depois deste momento, não conseguimos pensar em não nos encontrarmos mais. As famílias, os amigos, a vida compartilhada com tal força que é impossível não Euphoricar.
É como respirar... É o tremor sutil no instante exato do encontro de corpos no abraço.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Rastros de uma pesquisa
O recesso da Copa e São João chegou e retomamos a pesquisa na última quarta-feira, dia 09/07, recebendo a visita da dançarina e produtora Cyça López.
não tire os olhos de mim
mesmo que não me enxergue
aquecer - contorcer - mover – deslocar – redimensionar – revelar – relaxar
pausas
e ... e... Por onde vai ... Deixa ir...
Deixa rolar....
Revelar....
Eu ando muito cansada
Deixa rolar....
Revelar....
Eu ando muito cansada
não tire os olhos de mim
mesmo que não me enxergue
aquecer - contorcer - mover – deslocar – redimensionar – revelar – relaxar
pausas
Entrando de sola
Sola do sapato rasgada
Leitura
Vai e vem
fotos Edu O.
Rudá e projetor
Em 28 de Maio, recebemos a visita de Rudá (5 anos) o que nos estimulou a deixá-lo guiar a experiência, a partir da criação de espaços, maneiras de deslocamentos e brincadeiras com carrinhos e figurino. Estavam presentes, neste dia, Fafá Daltro, Claudinei Sevegnani e Edu O.
Outro dia, ganhamos de presente um projetor e decidimos "brincar" com imagens. Deixamos o video de Alvuras rolando e experimentávamos intervenções e sombras, perspectivas e dimensões. Diane Portella apareceu para nos ver.
Outro dia, ganhamos de presente um projetor e decidimos "brincar" com imagens. Deixamos o video de Alvuras rolando e experimentávamos intervenções e sombras, perspectivas e dimensões. Diane Portella apareceu para nos ver.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Dançando Godot - início de experimentações
por Edu O.
Para mim, não há nada mais gostoso do que o início de processo de criação. É o momento onde nos defrontamos com o oceano de possibilidades e vamos pescando ondas que acreditamos nos levar por caminhos interessantes do trabalho. Se não der certo, retornamos ao oceano e pesamos outra e mais outra e mais outra... Quando vemos já estamos com material suficiente e aí passamos ao momento de descarte. Sofrido, difícil, complicado escolher em meio a tudo o que já foi feito, pesquisado, internalizado, sei lá... Na verdade não acho que jogamos fora, fica guardado para outra oportunidade e, de certo modo, permanece ali, naquele trabalho que começa a se definir.
Pois bem, voltei para casa em estado de graça! Começamos, hoje, a pesquisar "Dançando Godot", um duo que faremos, eu e Fafá Daltro, inspirados na peça "Esperando Godot", de Samuel Becket.
Dessa vez, retornamos também ao início do Grupo X quando produzíamos sem recursos, sem apoio, sem editais e mesmo assim conseguíamos realizar tantas coisas interessantes. Iniciamos nosso Godot assim, esperando o que virá, sem saber no que vai dar e tranquilos, aproveitando o esgarçamento do tempo que teremos para criar à nossa maneira, no nosso tempo, compartilhando sempre com quem quiser nos acompanhar.
Evoé!!!!
Para mim, não há nada mais gostoso do que o início de processo de criação. É o momento onde nos defrontamos com o oceano de possibilidades e vamos pescando ondas que acreditamos nos levar por caminhos interessantes do trabalho. Se não der certo, retornamos ao oceano e pesamos outra e mais outra e mais outra... Quando vemos já estamos com material suficiente e aí passamos ao momento de descarte. Sofrido, difícil, complicado escolher em meio a tudo o que já foi feito, pesquisado, internalizado, sei lá... Na verdade não acho que jogamos fora, fica guardado para outra oportunidade e, de certo modo, permanece ali, naquele trabalho que começa a se definir.
Pois bem, voltei para casa em estado de graça! Começamos, hoje, a pesquisar "Dançando Godot", um duo que faremos, eu e Fafá Daltro, inspirados na peça "Esperando Godot", de Samuel Becket.
Dessa vez, retornamos também ao início do Grupo X quando produzíamos sem recursos, sem apoio, sem editais e mesmo assim conseguíamos realizar tantas coisas interessantes. Iniciamos nosso Godot assim, esperando o que virá, sem saber no que vai dar e tranquilos, aproveitando o esgarçamento do tempo que teremos para criar à nossa maneira, no nosso tempo, compartilhando sempre com quem quiser nos acompanhar.
Evoé!!!!
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Euphorico Esteve Aqui, movido à declaração de amor
Euphorico esteve aqui, movido a declarações de amor,
surgido de encontros e despedidas, de momentos de câmbio e intercâmbio entre
artistas de diferentes históricos.
Surgido a partir da 9ª edição do projeto de intercâmbio
artístico Euphorico, “Euphorico esteve aqui, movido a declarações de amor”
surge do encontro da cia. Artmacadan (França) e Grupo X de Improvisação em
Dança (Salvador) com o artista Fernando Lopes durante um período de residência
artística em La Seyne Sud Mer, França.
O espetáculo trata da natureza desse encontro entre os
artistas, e de como as experiências de cada um com o espaço urbano e a
improvisação em dança são capazes de existir enquanto poéticas tendo praças
públicas de Salvador como cenário, no fundo, o espetáculo trata do amor e da angústia
que o amor cultiva aos poucos ao percebermos que ele pode chegar ao fim, e de
que mesmo quando ele acaba, ele ainda existe num punhado de arroz com pérolas
ou num arrocha dançado solitariamente
Depois de apresentarmos no Largo do Sto Antônio Além do Carmo e no Largo da Soledade, realizaremos, neste final de semana, nossas últimas apresentações, em Cajazeiras.
Depois de apresentarmos no Largo do Sto Antônio Além do Carmo e no Largo da Soledade, realizaremos, neste final de semana, nossas últimas apresentações, em Cajazeiras.
A montagem e o espetáculo foram contemplados pelo edital "Arte em Toda Parte" na categoria Dança, da Prefeitura Municipal de Salvador.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Grupo X apresenta no ICS UFBA
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